CANAL DE SÃO ROQUE

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Foto de Gabriel Pereira




domingo, 31 de julho de 2011

PROMESSA



Foto de Gabriel Pereira






PROMESSA
Carlos Pereira


Prometo, se me levares a ver o mar…
Enquanto durar a contemplação,
Vou dar-te a mão sem nunca falar;
Apenas os meus olhos, poemas, te dirão.




Aveiro, 16.05.2011




                              



quinta-feira, 21 de julho de 2011

NUNCA ME PERDOARIA



Foto de La Salete Pereira



            NUNCA ME PERDOARIA
           Carlos Pereira


Nunca me perdoaria, nunca, se hoje,
Que o teu sorriso acordou comigo;
Meu amor probo, de ti, se desaloje.
Ah! Esquecer-te, amor, já não consigo.

Meu desejo em flor aos teus pés se arroje!
Teu coração em forma de ninho, dê abrigo
Ao meu, qual colibri que do mel não foge,
Ou pássaro, que na seara procura o trigo.

Teu amor será húmus para a minha alma ávida.
Sequiosa, do teu vinho doce bebera,
D’ um trago, minha boca sôfrega, ressequida.

        Dar-te-ei em cada manhã de Primavera
Um poema e uma borboleta colorida,
E beijos de mil desejos; como ninguém te dera.


Aveiro, 24.05.2011

sexta-feira, 15 de julho de 2011

NO REGAÇO DA MINHA MÃO



Foto de La Salete Pereira


                
                        
NO REGAÇO DA MINHA MÃO
Carlos Pereira


        De mim, as pessoas esperam sempre mais.
Por coincidência, ou talvez não,
Também eu espero sempre mais de mim;
Ainda que mais, seja apenas um pouco mais que pouco.
Ou talvez nada.
Nada não, porque nada, é menos que pouco.
Tem que ser um pouco mais que nada.
Tem que ser mais uma flor à beira da estrada,
Um raio de sol na noite escura.
Chama que ri enquanto a vela dura.

Tem que ser mais um traço
No retrato da vida em união;
Tem que ser mais um abraço
No regaço da minha mão.

Aveiro, 29.03.2010


quinta-feira, 7 de julho de 2011

CARTAZES



Fotos retiradas da Net


                  
            CARTAZES
Carlos Pereira


         Na ponta do gesto, está toda uma Nação
A garimpar pepitas de sonhos e ideais.
Há cartazes com eufemismos por toda a cidade;
Nunca houve tantos,
Depois que lhe lavaram a cara
Com a água que estava destinada,
A regar a semente do pão.

O Futuro, arruinado, está putrefacto.
Ao Presente, caíram os dentes d’ ouro e os outros;
Para que queríamos nós os dentes,
Se já não há mãos e água para amassar
O trigo da nossa liberdade.

         Aveiro, 19.04.2011