Foto de La Salete Pereira
NUNCA ME PERDOARIA
Carlos Pereira
Nunca me perdoaria, nunca, se hoje,
Que o teu sorriso acordou comigo;
Meu amor probo, de ti, se desaloje.
Ah! Esquecer-te, amor, já não consigo.
Meu desejo em flor aos teus pés se arroje!
Teu coração em forma de ninho, dê abrigo
Ao meu, qual colibri que do mel não foge,
Ou pássaro, que na seara procura o trigo.
Teu amor será húmus para a minha alma ávida.
Sequiosa, do teu vinho doce bebera,
D’ um trago, minha boca sôfrega, ressequida.
Dar-te-ei em cada manhã de Primavera
Um poema e uma borboleta colorida,
E beijos de mil desejos; como ninguém te dera.
Aveiro, 24.05.2011